sábado, setembro 30, 2006

PULANDO A FRONTEIRA 2


Hermann Nass

O boliviano Jose Miguel tem aulas de violino no Moínho Cultural. Todos os dias ele sai de casa, passa pela ponte que divide Brasil e Bolívia e pega uma condução até Corumbá.
Jose teve problemas para chegar à escola de música durante o período em que a fronteira ficou fechada, resultado das medidas do governo boliviano em relação às empresas brasileiras. Os próprios bolivianos se revoltaram contra a medida, que lhes custou o emprego. O garoto de doze anos não se intimidou, se esgueirou por uma brecha, atravessou o rio por debaixo da ponte, andou oito quilômetros até Corumbá e chegou a tempo de tocar violino. Durante o período em que a fronteira ficou fechada, Jose compareceu a todas as aulas. Seu sonho: ser um grande músico e tocar em Paris.