PEGA LEVE
Na surdina, nossa tão decantada democracia completa maioridade, 21 anos – tem gente que conta desde 89, ano da primeira eleição presidencial pós-ditadura. Seriam então 17 anos. É uma conquista e tanto se levarmos em conta a média democrática latino-americana, noves fora Cuba, cujo tempo democrático pode e deve ser medido por parâmetros algo além dos votos na urna. Nem quero entrar nisso.
Quero só perguntar: qual a medida efetiva da democracia de um país? Para as elites da nossa mídia, o conceito de regime democrático trafega no limbo onde habitam a quantidade de pleitos realizados, liberdade total para a propriedade privada, controle da máquina estatal, domínio e alcance dos meios de comunicação e institucionalização do neoliberalismo.
A série de atos do PCC, mais do que aterrorizar a população paulista, vem chacoalhar o bolor da democracia verde-amarela. Em 1792, já sabiam aqueles que caíram nas comunas de Paris que democracia era bem mais do que representantes eleitos para exercer o poder e fazer as leis. O PCC reclama e intimida em nome de uma democracia básica para a qual nós, cidadãos pagadores de impostos, em grande maioria, preferiu fechar os olhos – os direitos básicos da vida: ter casa, ter escola, ir e vir, ser respeitado cidadão, independente de sua raça, credo, sexo, condição e conta bancária. Precisa o PCC e Marcola chutarem o balde para as autoridades se mexerem? Precisa o massacre deixar a periferia e chegar à ZonaSul de São Paulo? O que mais precisa?
- Ora, pega leve, Basílio! – dirão alguns.- Pegar leve é fiapo de manga alcançável pelo indicador.
Antonio Basílio
1 Comments:
Caro Antonio,
parabéns pelo belo texto. Está na hora de darmos uma virada nesta mesa. O Brasil não merece o Brasil.
By Anônimo, at 12:21 AM
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