quarta-feira, outubro 18, 2006

ÍNDIO QUER F1000

Hermann Nass

Tirei esta foto de Parauapebas no começo do ano, durante filmagens em Canaã dos Carajás, a cidade vizinha, encravada na Província MIneral de Carajás, no Pará. Há 20 anos, esse lugar se resumia a uma rua de barro, com barracos de madeira e miséria por todos os lados. Quando geólogos descobriram grandes reservas minerais nesta região, lá pelos idos da década de 1980, começou a chover gente de tudo quanto é lado naquele novo paraíso para os aventureiros da vida. Os índios Xikrin do Cateté habitavam terras de floresta tropical na imediações e começaram a brigar por suas terras, cobrando pelas as atividades de mineração e, principalmente, pela passagem de uma ferrovia que escoa o minério de Carajás até São Luís, no Maranhão.

Nesta semana, mais uma vez, os índios paralisaram a ferrovia e, conseqüentemente, interroperam o escoamento dos minérios para exportação e o transporte de passageiros entre Parauapebas e o litoral, num percurso de mais de 900 km. Eles querem que a Vale pague todas as dívidas deles com os comerciantes de Parauapebas, uma cifra que ultrapassa os milhões de reais. Não é de hoje que os companheiros indíos prejudicam as pessoas erradas ao interferir nas atividades produtivas e prejudicar a economia local e nacional. De outra vez, eles paralisaram o trem porque queriam uma caminhonete F 1000 nova. Bom seria se cada um soubesse até onde vão seus direitos e deveres. Afinal, apesar de uma aparente anarquia, vivemos numa democracia.

2 Comments:

  • Com todo o respeito aos indíos : mais um bando que está vivendo as custas dos contribuintes. Sou tão brasileiro quanto eles e pago aluguel. também quero a minha F1000.

    By Anonymous Anônimo, at 12:32 AM  

  • O direito da posse da terra não pode flutuar aos interesses de uma mega corporação como a Vale. Se numa sociedade de consumo o que vale é F1000, e o dono da Vale pode ter uma por conta desta mina, que os indios também tenham.
    Queria ver se fosse um deputado o dono das terras.

    By Anonymous Anônimo, at 2:43 AM  

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