RIO BOTEQUIM

Hermann Nass

Notícia de boteco a gente ouve na esquina. Chico, cabra nordestino, dono do Adega da Velha, situada na Rua Paulo Barreto, em Botafogo, estava eufórico:

- Hoje vai ter festa do Rio Botequim lá no Circo Voador! Os caras vieram aí e mandaram meu convite!

Como assíduo freqüentador dos bares da cidade, aprecio projetos como o Rio Botequim. Trata-se de um guia sem maiores pretensões, que limita os bons bares da cidade a um universo extremamente restrito. E justamente aí está sua fórmula de sucesso. Quem está de fora, quer entrar; quem está dentro, não quer sair. Da mesma forma que todo bom botequim deveria ser.

Meu universo de botequins é maior, sem dúvida. Alguns são quase bundas-de-fora, mas cumpem com louros o papel a que são predestinados: servir a quem passa na calçada. O bar aí da foto é o Das Palmeiras, de outro cabra batalhador, meu amigo Raimundo. Ele não vai à festa no Circo Voador. Hoje, dia de rabada, é o próprio Raimundo que serve sua eclética e simpática clientela.