sábado, dezembro 02, 2006

REGGAE PROGRESSIVO

Eles tocaram no Circo Voador no primeiro semestre, mas não vi. Uma amiga contemporânea, levada pela filha de 20 anos e embalada por Red Label de barraquinha em copo plástico, adorou e me deu o CD que desde junho lidera a lista dos mais tocados no carro: Dub Side of the Moon, versão rasta do clássico que abriu as portas da percepção do rock’n’roll.

Quem cresceu nos anos 70 ao som de Pink Floyd, Yes, Genesis, Triunvirat, ELP e PFM, e comungou com Bob Marley, Peter Tosh, Jimmy Cliff ou UB40, não precisa mais acender uma vela para cada santo. Pode queimar as duas simultaneamente ouvindo os tais Easy Star All-Stars conseguirem o inimaginável: dar vontade de dançar ao som de Time.

Há heresias que os puristas não perdoarão e é recomendável pular On The Run, mas Speak to me/Breathe, Money e Brain Damage são apropriações dignas do original. Além das quatro faixas extras onde o dub amplia as fronteiras do dark side.

O projeto é de 2002, lançado em 2003, exatos 30 anos depois do vinil que acabei herdando do meu avô (que gostava de música clássica, mas ouvia de tudo). Está na hora de religar o toca-discos, pra não dizer vitrola.

Fewerton