sexta-feira, outubro 20, 2006

PINGA NI MIM

Hermann Nass

Sei não. Tem dias que eu abro um caderno de jornal e fico desapontado com a abordagem de certas matérias de capa. Agora sai um materião redescobrindo a pinga - do mesmo jeito que redescobrem a Lapa ou Santa Tereza todo ano - e elevando-a à posição de bebida chique, de conhecedores ...

Pois não é de hoje a pinga figura entre as três bebidas mais vendidas no mundo, isso mesmo! Em tudo quanto é canto. É só perguntar em qualquer um dos botequins da cidade qual a bebida que mais sai (a enquete não vale nos botecos chiques, de grifes e franquias, aqueles que se espalham pela cidade de uma forma meio patricinha). Quem pega estrada sabe que logo aparecem as placas indicando as excelentes cachaças da nossa terrinha.

Na Alemanha, entre 1985 e 1990, eu trabalhei em um bar cahamado Ruhestörung, algo como "atrapalhando o descanso", um típico bar alemão para jovens, com boa música, pessoas interessantes, dezenas de tipos de cerveja e bebidas de todo o planeta. Localizada em Nurembergue, na cidade histórica, a casa oferecia um sem-número de drinks preparados por garotões simpáticos e sarados, que ouviam os pedidos mais excêntricos. Um dos mais freqüentes: caipirinha. Eu era gerente e chefe de cozinha, responsável pelas encomendas das bebidas e comidas. Importava de 20 países. Daqui, vinham caixas de Pitu e limões legítimos, de casca fina e muito caldo. Quando chegava a encomenda, me sentia um pouco mais perto do Brasil.

E tomava aquele porre de cachaça.


2 Comments:

  • Das garrafas todas, quantas eram procê e quantas sobravam pro público?

    Meio a meio?

    By Anonymous Anônimo, at 10:27 PM  

  • Molica, não me lembro. Sobram????

    By Anonymous Anônimo, at 1:51 PM  

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