sábado, outubro 21, 2006

MEDO DE AVIÃO

Hermann Nass

Estou pensando em viajar. Mas estou com medo. Os acidentes envolvendo aviões, navios e barcos viraram rotina. Quando vejo aviões e helicópteros se aproximarem de maneira assustadora do Corcovado, tenho a sensação de que as pessoas estão mais displicentes quando enfrentam os céus e as águas. O trânsito aéreo em alguns lugares chega a ser assustador, mesmo quando não se mora perto do aeroporto ou sob rotas aéreas principais. Outro dia mesmo, vários helicópteros rondavam a estátua do Cristo, assustando moradores. O barulho era infernal, daqueles em dolby, mais comum nas grandes produções cinematográficas sobre a guerra. Mais um motivo por querer viajar para longe daqui. E tá decidido: vou de carro mesmo!

sexta-feira, outubro 20, 2006

SWEET HOME ALABAMA

Alexandre Moreira Leite

No dia 20 de outubro de 1977, um avião Convair 240 caiu nos pântanos de Gillsbrg, Mississipi, matando três integrantes da banda Lynyrd Skynyrd. No acidente morreram o vocalista Ronnie Van Zant, o guitarrista Steve Gaines e sua irmã, a backing vocal Cassie Gaines.

Apesar da tragédia, a banda soube catar os cacos e voltar para estrada, retomando os trabalhos em 1991 com o lançamento de um novo disco e de uma nova formação. Em 2003, eles fizeram uma grande turnê mundial em comemoração aos 30 anos de carreira. O Lynyrd Skynyrd soube aproveitar muito bem a segunda chance que lhe foi dada e continua até hoje na ativa.

O som dos caras é um rock misturado com blues, com muito tempero sulista e três guitarras. Seu fã mais famoso é o guitarrista Pete Townshend, do The Who, que em 1973 convidou a banda para abrir a turnê do álbum “Quadrophenia”.

Recomendo, para quem ainda não conhece, o CD duplo One More From The Road”, que traz os melhores momentos ao vivo do Lynyrd Skynyrd na turnê norte-americana de 1976.

PINGA NI MIM

Hermann Nass

Sei não. Tem dias que eu abro um caderno de jornal e fico desapontado com a abordagem de certas matérias de capa. Agora sai um materião redescobrindo a pinga - do mesmo jeito que redescobrem a Lapa ou Santa Tereza todo ano - e elevando-a à posição de bebida chique, de conhecedores ...

Pois não é de hoje a pinga figura entre as três bebidas mais vendidas no mundo, isso mesmo! Em tudo quanto é canto. É só perguntar em qualquer um dos botequins da cidade qual a bebida que mais sai (a enquete não vale nos botecos chiques, de grifes e franquias, aqueles que se espalham pela cidade de uma forma meio patricinha). Quem pega estrada sabe que logo aparecem as placas indicando as excelentes cachaças da nossa terrinha.

Na Alemanha, entre 1985 e 1990, eu trabalhei em um bar cahamado Ruhestörung, algo como "atrapalhando o descanso", um típico bar alemão para jovens, com boa música, pessoas interessantes, dezenas de tipos de cerveja e bebidas de todo o planeta. Localizada em Nurembergue, na cidade histórica, a casa oferecia um sem-número de drinks preparados por garotões simpáticos e sarados, que ouviam os pedidos mais excêntricos. Um dos mais freqüentes: caipirinha. Eu era gerente e chefe de cozinha, responsável pelas encomendas das bebidas e comidas. Importava de 20 países. Daqui, vinham caixas de Pitu e limões legítimos, de casca fina e muito caldo. Quando chegava a encomenda, me sentia um pouco mais perto do Brasil.

E tomava aquele porre de cachaça.


BOM DIA!!!

Hermann Nass

Hoje acordei pensando em você e tive vontade de cantar. Rock, é claro. Mas preciso dizer que me senti feliz, em paz, apesar de todas as loucuras cotidianas.

Bom dia, mesmo com tudo isso que está acontecendo no mundo.

quinta-feira, outubro 19, 2006

QUADROPHENIA 33 ANOS

Alexandre Moreira Leite

Há 33 anos, o The Who lançava na Inglaterra o álbum duplo “Quadrophenia”, a segunda ópera rock do grupo (a primeira foi a clássica “Tommy”). Um sucesso que permaneceu 18 meses nas paradas da Inglaterra e do Estados Unidos.

“Quadrophenia” narra dois dias na vida de Jimmy, um jovem inglês que sofre de personalidade múltipla - mais precisamente quatro (cada uma com características de um integrante da banda). Jimmy está envolvido na guerra entre os Mods e os Rockers, duas turmas rivais da nervosa e ao mesmo tempo melancólica Londres da década de 60.

Musicalmente é uma porrada. Mostra um Who maduro. Poético e pesado. Particularmente, este é um dos meus discos preferidos. Foi o primeiro do grupo que eu comprei. Ouvi até abrir sulcos no vinil. Na minha radiola eletrônica, estão três faixas do disco “I am the Sea” (que abre o disco), I'm the One “e Love, Reign O'er Me" (última faixa).

quarta-feira, outubro 18, 2006

IMAGEM DA JANELA (12)

Tempo ruim.

Hermann Nass

Rio de Janeiro sob chuva. Os velhos guarda-chuvas saem do armário. Mesmo assim, o carioca não abandona bermuda e chinelos. Afinal, ufa!!!, a primavera está acabando e já já tá chegando o verão!

ÍNDIO QUER F1000

Hermann Nass

Tirei esta foto de Parauapebas no começo do ano, durante filmagens em Canaã dos Carajás, a cidade vizinha, encravada na Província MIneral de Carajás, no Pará. Há 20 anos, esse lugar se resumia a uma rua de barro, com barracos de madeira e miséria por todos os lados. Quando geólogos descobriram grandes reservas minerais nesta região, lá pelos idos da década de 1980, começou a chover gente de tudo quanto é lado naquele novo paraíso para os aventureiros da vida. Os índios Xikrin do Cateté habitavam terras de floresta tropical na imediações e começaram a brigar por suas terras, cobrando pelas as atividades de mineração e, principalmente, pela passagem de uma ferrovia que escoa o minério de Carajás até São Luís, no Maranhão.

Nesta semana, mais uma vez, os índios paralisaram a ferrovia e, conseqüentemente, interroperam o escoamento dos minérios para exportação e o transporte de passageiros entre Parauapebas e o litoral, num percurso de mais de 900 km. Eles querem que a Vale pague todas as dívidas deles com os comerciantes de Parauapebas, uma cifra que ultrapassa os milhões de reais. Não é de hoje que os companheiros indíos prejudicam as pessoas erradas ao interferir nas atividades produtivas e prejudicar a economia local e nacional. De outra vez, eles paralisaram o trem porque queriam uma caminhonete F 1000 nova. Bom seria se cada um soubesse até onde vão seus direitos e deveres. Afinal, apesar de uma aparente anarquia, vivemos numa democracia.

SHOW DO POSITIVO

Maestro, compositor, arranjador, tecladista... Trilheiro de primeira. José Lourenço, parceiro dos Fiapos, faz show amanhã, quinta-feira, às 21hs no Café Etílico. Ele sobe ao palco acompanhado por Widor Santiago (sax), André Tandeta (bateria) e Johnny Barreto (contrabaixo acústico). A direção musical é de David Hadjes. No repertório, muito jazz e MPB instrumental.

Café Etílico
Av. das Americas 7380 Loja A

Barra da Tijuca - tel: 3326-2034

Os Fiapos recomendam.

O PAI DO ROCK

Alexandre Moreira Leite

Chuck Berry, considerado por muitos como o pai do rock n’roll, está completando hoje 80 anos. E, apesar da idade, ele continua tocando sua guitarra. Uma vez por mês, sobe ao palco do Blueberry Hill, um bar tradicional de St. Louis. No repertório, hits como “Johnny B. Goode”, “Roll Over Beethoven” e “Sweet Little Sixteen”.

It's only rock n'roll, but I like it.

terça-feira, outubro 17, 2006

OKTOBERFEST EM SANTA

Hermann Nass

Desde os tempos em que vivi na Alemanha - mais precisamente na Francônia, uma região da Baviera - me habituei a beber somente boas cervejas, entre as quais a Löwenbräu, de Munique.

O restaurante alemão Mikes Haus, em Santa Tereza, resolveu aderir aos costumes germânicos e fez seu próprio Oktoberfest, oferecendo duas canecas de cerveja ao preço de uma. Eu, que não sou besta, fui logo pegar a maior de todas as canecas e garantir minha cota em cada barril. Empolgado com a festa, o anfitrião Mike circulou o salão com um copo gigante, onde cabem quatro litros de chope. A farra continua até o final do mês.

NUNCA HOUVE UMA MULHER COMO GILDA


Rita Hayworth estaria completando hoje 88 anos de idade.


segunda-feira, outubro 16, 2006

O FANTASMA DO EDITOR DE IMAGENS

por André Pessoa.

IMAGEM DA JANELA (11)

Hermann Nass

Nos tempos de faculdade, por salas e corredores da Escola de Comunicação da UFRJ, fiz alguns amigos que me acompanham fielmente até hoje. Naquela época, pelos idos de 1980, Fernando Molica morava no Méier e vinha de fusca até a Praia Vermelha, onde estudávamos entre uma e outra atividade - política, cultural ou social - promovida pelo então combativo e incendiado movimento estudantil. Éramos todos de esquerda, contra o regime, e sonhávamos com um país livre. Tornamo-nos jornalistas, contadores de histórias e causos, protagonistas do fim da ditadura militar. Fizemos carreira, cada um do seu jeito, e viajamos por quintais do Brasil e do mundo.

Esta semana recebi um e-mail do amigo Molica que, além de continuar jornalista renomado e escritor, com três livros publicados - seu primeiro foi Notícias do Mirandão -, agora vai entrar para o mundo do cinema:

- Caros, é só para informar que assinei hoje o contrato para a filmagem do "Mirandão". O roteiro será feito pelo Ruy Guerra, que, possivelmente, também dirigirá o filme.

O que tudo isso a ver com a foto acima? Bom, a foto mostra o outro lado da Ladeira dos Tabajaras, em Botafogo, quase caindo sobre o São João Batista e fazendo moradores de classe média baixarem as cortinas. Quase uma promiscuidade social; ou o retrato de uma nova ordem social sem limites e com suas próprias regras e razões. Sabe qual a história contada em Notícias do Mirandão?

"Uma trama envolvente e emocionante onde universitários de esquerda se instalam numa favela, fazendo alianças com traficantes de drogas e instaurando princípios para uma nova revolução socialista no país".

E eu continuo de olho na janela...