sábado, outubro 28, 2006

MANÉ GARRINCHA

Há 73 anos nascia o gênio das pernas tortas.

CENA CARIOCA

Serenidade - Foto de Lucas Landau

CULPA DO RAIMUNDO

Hermann Nass
Acostumado a fartas doses de um doze anos, sempre acompanhadas por tira-gostos generosos, meu amigo Jõao sofreu muito ao receber a notícia de que precisava entrar no regime. Os exames clínicos acusaram um sem-número de taxas nas alturas, com liderança absoluta para o colesterol. Disseram que a culpa era dos donos de botequim, como meu amigo Raimundo, do Bar das Palmeiras, que são extremamente profissionais e servem uns beliscos irresistíveis.
João não se conteve:
- Troco dez anos da minha vida por duas fatias de bacon!
Verdade é que ele deu uma segurada. Agora, ao invés de comer duas fatias de bacon, come apenas uma. Quanto ao doze anos ... a luta continua, companheiro!

sexta-feira, outubro 27, 2006

DILEMA NA CALÇADA

Hermann Nass

Conforme as obras do gás avançam pelos bairros da cidade, novas calçadas se transformam em canteiros de obra, deixando pouco espaço para os pedestres. Um mal passageiro e necessário, é o que dizem as autoridades e aqueles cartazes ("Desculpe o transtorno") afixados nos tapumes. Mas que atrapalha muita gente e parece deixar as pessoas assim meio sem saber por onde seguir.

CENA CARIOCA

Pintura - Foto de Lucas Landau

IMAGEM DA JANELA

Hermann Nass

Lembro-me de governos passados, principalmente durante o regime militar, em que era comum tapar a visão das favelas com uma infindável fila de outdoors. Isso acontecia sempre que algum evento internacional estava por vir ou quando alguma importante autoridade (daqueles países que financiavam nossa miséria) visitava as grandes cidades do país.

As coisas progrediram, algumas de nossas favelas se tornaram bairros com um mínimo de infra-estrutura urbana, enquanto outras cresceram e tornaram inviável qualquer tipo de solução para o caos social. Hoje, muitas comunidades que habitam os morros e as periferias têm suas próprias leis, lavradas na base da luta social e/ou da bala.

Agora, no alto do morro, estão aparecendo casas novas, pintadas com cores fortes. Uma outra visão da favela, com certeza. Penso que o ideal seria a transformação progressiva da comunidade por dentro, até que todos os seus membros tivessem direito a água encanada, esgoto, saúde, segurança, transporte... e suas casas nas cores vermelho, amarelo, azul, verde...

Se a moda das cores pegar, sanados todos os demais problemas, poderão surgir favelas temáticas, em cores vibrantes e representativas do coletivo. Exemplo: A Mangueira pintada de verde e rosa; o Morro Azul, no Flamengo, nos tons rubro-negros; o Alemão, na cor mostarda; no ABC paulista, predomínio do vermelho porta de fábrica. Fico imaginando como seria o comportamento em algumas comunidades disputadas por mais de um grupo ou facção. Acho que não ia sobrar um balde de tinta na loja.

quinta-feira, outubro 26, 2006

30 ANOS SEM DI CAVALCANTI


A Pinakotheke de São Paulo, no Morumbi, realiza uma mostra gratuita em homenagem ao artista. Vai até o dia 16 de dezembro. Um bom programa. Os Fiapos recomendam.

O MÚSICO

Hermann Nass

Comecei o dia ouvindo Eric Clapton. Selecionei logo de cara as guitarras de Layla. Sinto-me confortável em meio a guitarras e baixos. Essa é minha música de cabeceira. Longe de mim ser um ouvinte egoísta, segmentado, que só consegue perceber a música da tribo. Gosto de tudo e já dividi tímpanos com clássicos, óperas e mantras indianos. O que mais me fascina na música é esse seu irresistível poder de viajar longe, além de fronteiras, levando a gente de carona, num simples mudar de acorde.

Para ter aula, esse garoto boliviano aí da foto anda vários quarterões, atravessa a fronteira todo dia e viaja até Corumbá. Ele é um dos alunos do Moínho Cultural, um projeto que transforma a vida de centenas de jovens através da música.

Seu sonho: Ser um grande músico e tocar na França. Uma homenagem a ele e a todos os músicos no dia de hoje!

DIA DO MÚSICO

Alexandre Moreira Leite

Hoje é o dia do músico. Coincidentemente, também é o dia de aniversário de dois grandes compositores e intérpretes da nossa MPB: o mineiríssimo Milton Nascimento, 64 anos, e o cearense Belchior, 60. Apesar da diferença de estilo, os dois têm algo em comum: despontaram para o sucesso depois de serem gravados pela pimentinha Elis Regina.

Então, para comemorar a data, a Confeitaria Brilho Musical recomenda:

“Canção do Sal” (Milton Nascimento) – Elis Regina

“Como Nossos Pais” (Belchior) – Elis Regina

“Canção da América” (Milton Nascimento/ Fernando Brandt) – Elis Regina

“Velha Roupa Colorida” (Belchior) – Elis Regina

CENA CARIOCA

Dois Círculos - Foto de Lucas Landau

quarta-feira, outubro 25, 2006



COLESTEROL DE ALEMÃO

Hermann Nass

O torresmo a pururuca do bar do Raimundo tem me tirado do sério, a ponto de buscar a solução de meu dilema nos filósofos alemães. Difiícil imaginar que eles não se alimentavam com aquelas salsichas maravilhosas, acompanhadas por fartas porções de chucrute e salada de batata, com direito a poelho de porco, osso buco, kassler e pato em ocasiões especiais.

E o colesterol desses caras, desses devoradores de carne de porco, comedores de queijos adoravelmente gordurosos e de tortas maravilhosamente cremosas?

Durante o tempo em morei na Alemanha, jamais ouvi a palavra colesterol. Tampouco ouvi falar em dieta para diminuir a ingestão de certos alimentos gordurosos. Por que eu, aqui em terras brasileiras, tenho que ficar com o maior sentimento de culpa ao provar o torresmo do Raimundo?

PABLO PICASSO

Alexandre Moreira Leite

Hoje são comemorados os 125 anos de nascimento de Pablo Picasso. Se você não é um dos poucos felizardos que possui um quadro do artista, aproveite a data para dar uma navegada pela Internet. Existem vários sites com obras do pintor catalão. Vale a pena.

CENA CARIOCA

Límpido - Foto de Lucas Landau

Dia de sol no Rio. Para quem pode, nada melhor que um mergulho no mar.

VIVER EM CARAJÁS

Hermann Nass

Fizemos muitos amigos durante as filmagens de um institucional na Serra dos Carajás, onde mostramos o dia-a-dia de famílias com esta, da foto, ao lado de Cacá Diegues e sua assistente, Anne Guimarães. O casal trabalha nas minas de ferro e tem quatro filhos. Os garotos não puderam ir à escola e os pais ficaram em casa por três dias, até a saída de cerca de 300 índios Xikrin, que invadiram as instalações da Vale. Não estou questionando se os índios têm razão ou não. Só não dá prá invadir casas e lojas, como se fosse da mãe joana. Sei que a Vale repassa uma verba para as tribos indígenas, através e sob orientação da Funai. Se a verba é justa ou não, isso é outra história. Só acho que prá resolver essa parada tem que sentar na mesa e negociar, até fechar um acordo.

Meus amigos aí da foto ficaram assustados, com medo.

Que tal fumar um cachimbo da paz?

terça-feira, outubro 24, 2006

VITÓRIA DA MANGUEIRA?

Hermann Nass

Os vizinhos começaram a semana com uma agradável surpresa. Tudo indica, finalmente, que vão poupar a mangueira que frutifica há anos neste quintal de Botafogo. Após ter passado por podas radicais, quando perdeu muitos galhos e até raízes, recebe finalmente uma proteção ao redor do tronco. Corria a história de que a frondosa árvore iria ceder seu lugar para uma piscina. Melhor assim, pelo menos para quem gosta de uma bela sombra e aprecia uma manga suculenta.

CULTURA INÚTIL

Alexandre Moreira Leite

Você sabia? Há 105 anos, um humano conseguiu descer, dentro de um barril, as Niagara Falls, quedas d’águas famosas da América do Norte, e pela primeira vez sobreviver. Detalhe, o feito não foi de um homem e sim de uma mulher: Anna Edson Taylor, de 43 anos, essa que você vê na foto meio cambaleante depois da inusitada aventura. De lá pra cá, muitos outros tentaram repetir o feito de Anna. Alguns conseguiram, outros não.

Resta a constatação: 0 que não falta nesse mundo é maluco querendo aparecer.

QUE CAMINHO É ESTE?

Hermann Nass

Pedestres ficam meio sem saber por onde seguir na Rua das Palmeiras, em Botafogo, desde que começaram as obras para implantação da nova rede de gás. Os cidadãos também não ajudam, contribuem para a deseducação dos jovens e insistem em estacionar de forma equivocada. Alô, alô, este é um espelho do que resta da nossa classe média! Estamos do lado de cá do túnel, na Zona Sul, baby! Lugar cercado por bons - e caros - colégios particulares, escolas de música e de dança, academias, museu, casa de festa e, é claro, o bar do meu amigo Raimundo, que divide comigo momentos de confusão social e filosófica.

O MAIS QUIETO DO STONES

Alexandre Moreira Leite

Bill Wyman está completando hoje 70 anos de idade. O baixista original dos Rolling Stones, que saiu da banda em 1991, continua na ativa. Volta e meia ele se reúne com Mick Taylor, outro ex-Stone, para levar um som ou fazer um disco. No restante do tempo, escreve livros sobre sua ex-banda.

COLUNA CENA CARIOCA

“Menino Moleque” - Foto de Lucas Landau

A coluna Cena Carioca, do fotógrafo Lucas Landau, estréia hoje aqui no blog. Lucas é um apaixonado pelo Rio de Janeiro e isso está explicito nas suas fotos. Através do seu trabalho, sempre com muita sensibilidade, ele nos prova que esta cidade continua maravilhosa.

Detalhe, Lucas tem apenas 16 anos.

segunda-feira, outubro 23, 2006

GATOSKY NO ÉDEM

Hermann Nass

Lá na rua Silveira Martins, que liga o Édem e Coelho da Rocha, a maioria das casas já aderiu ao GATOSKY. O negócio não tem erro: a pessoa paga 25 reais e tem acesso a 25 canais da Sky, com direito a canais que exibem filmes e esportes. Fiquei com a maior inveja pelo preço. Quem se deu bem foi minha faxineira, a Rose, apesar das olheiras profundas.

- Aí, patrão, tá rolando filme até de madrugada, aííííí.

PELÉ - 66 ANOS

Um gênio com a bola nos pés.

OKTOBERFEST AGAIN

Hermann Nass

Larissa tira um chopinho de Löwenbräu para mim, o saideira de uma série infindável de canecas consumidas durante uma agradável tarde em Santa Teresa. Filha dos proprietários Mike e Graça, Larissa mostra muita desenvoltura ao preparar as canecas pacientemente, como manda a tradição alemã, deixando que se forme uma espuma encorpada, fundamental para que todo o sabor da cerveja seja preservado. Esta é a última semana para aproveitar a promoção do Mike's Haus: enquanto agüentar, você toma duas canecas de cerveja e paga somente uma. Eu recomendo.

domingo, outubro 22, 2006

TIRANDO O CARRO DO ASFALTO

Hermann Nass

Esta é a Pedra Selada, nas proximidades de Visconde de Mauá. Tem gente que só conhece esta bela formação através da marca estampada em uma marca de requeijão. Região de belas paisagens. Vale a pena tirar o carrinho do asfalto.

O ARANHA NEGRA

Alexandre Moreira Leite

Na minha infância, durante alguns anos, me arrisquei a jogar como goleiro. Em um campeonato no colégio, meu time foi sorteado para disputar as partidas com o uniforme do Botafogo. Um pesadelo para um rubro-negro. Mal dormi na noite anterior ao primeiro jogo. Não me imaginava, com todo respeito aos botafoguenses, usando uma camisa que não fosse a do meu Flamengo. O pai de um amigo, vendo a minha aflição, sugeriu que eu usasse uma camisa preta, de mangas compridas, bem parecida com a do goleiro do Botafogo. Este mesmo pai, quando me viu entrando em campo, gritou: “Vai lá Aranha Negra, fecha o gol...” Não me lembro de ter fechado o gol, provavelmente não, mas fiquei com um nome na cabeça: Aranha Negra. Meu avô desfez o mistério. Fanático por futebol, ele me contou tudo sobre Lev Yashin, um goleiro russo, nascido em Moscou, que até hoje é considerado por muitos como o melhor da história. Ele começou como goleiro de hóquei sobre o gelo. Em 1949, foi para o Dínamo de Moscou, clube que defendeu até o fim da carreira. Pela seleção soviética, disputou os Mundiais de 58,62 e 66.

Virei fã de Yashin. Li muito sobre ele. Vi várias fotos e alguns filmes. Ele realmente foi um dos grandes do futebol e recebeu o apelido de Aranha Negra por causa do uniforme todo preto. Era uma figura folclórica, que antes dos jogos decisivos, gostava de fumar um cigarro e de beber uma dose de vodka. Aranha Negra foi o nome do meu goleiro de botão durante muito anos.

Se vivo, Lev Yashin estaria completando hoje 77 anos. Ele morreu em 1990, derrotado por um câncer de estomago.

O EXTERMINADOR DE MANGUEIRAS


Hermann Nass

Vejam só que coisa feia: um monte de manguinhas amadurecendo no pé enquanto a mangueira sofre machadadas impiedosas, num golpe baixo, diretamente nas raízes! Francamente, a escola aí de Botafogo podia ao menos esclarecer quais as suas reais intenções com relação à mãe-mangueira. É ruim de ver como a árvore vai sendo cortada aos poucos, por cima e por baixo. Parece que estou presenciando uma seção de tortura.

ROBERT CAPA


Alexandre Moreira Leite

Há 93 anos, nascia em Budapeste, Hungria, o fotógrafo Robert Capa, que ficou conhecido por suas coberturas de guerras. A mais famosa delas foi o desembarque aliado na Normandia. Capa morreu em 1954, na Guerra da Indochina, após pisar em uma mina.